Caixas de Sapatos
Minha praça do povo
E de minha infância
Guardada nas caixas de sapatos
Do meu peito.
Enquanto contava carros
Contadores de viola
Faziam outras pregações
Em mim.
No brilho dos sapatos
Palavras e conselhos
Jogados ao vento.
Cheiros, cores e imagens
Transmitam tantas fomes
Nem lembro de quantas.
Quando por lá passo
Também minhas dores
Passam
Memórias dançam
Ainda sou menino
No meu tempo.
Mas hoje vejo o invisível
Ele me salta aos olhos.
Tudo dança
Todas as formas de viver
Atravessar, corroborar, romper
A lógica comercial deste nosso tempo.
Cores dissonantes
Dividem espaços e
Minhas sensações.
Teatro, metrô
Sexo e encontro
Amor e comércio
Corpos sutis
Vidas plenas e vazias.
Na grade feira do meu peito
Que nunca morre
Nem sucumbe.
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