sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Tentando.

Hoje, tem sido assim, só tenho podido falar do hoje. Não sei ao certo, se me afastei do passado, ou se me eximo do futuro. Sei, que só tenho conseguido me deter ao presente, a este tempo, este instante.

Hoje, numa ânsia de encontrar o que entendo ter perdido, o que entendo que devo dizer de mim, fui cascavilhar minhas gavetas, tecnologicamente guardadas em gigabites. Tudo isso, pra que? Para não me dizer, pra não me reconhecer inédita, procurando aquele filme: "seção da tarde" (que já vi tantas vezes). Tão seguro, o "vale a pena ver de novo", já se sabe onde dá.

Pois é, mas entendi, que não queria falar do quanto não quero falar de hoje, deste momento. Sim, sou feliz, aprendi muito, vivi muita coisa boa, gostei da maioria das escolhas que fiz. Mas sabe, hoje sinto-me longe daquela artista doce que me habitava tão despretensiosa. Sinto falta das imagens, dos sons, dos tons, dos pinceis, das tintas, das rimas, da músicas, do silêncio, da fala romântica e crédula.

Sim, sou mais firme, domino algumas coisas melhor que antes, mas as vezes me vejo pensando se essa relação custo beneficio me agradou, como produto final inacabado, que sou eu hoje.

Eu vou andar por ai,
vou ligar pro amigos esquecidos,
romper o silêncio da distância,
vou sim, vou dançar,
vou pular, frevo ou o que tocar,
vou procurar cheiros novos
nos lugares conhecidos.

Ahhhh vou,
quero dizer o que tenho calado,
com mais alegria que rancor,
quero ver o gosto dos poemas que não escrevi,
quero sentir o peso de minhas pernas
na caminhada do meu destino.

Não quero o peso nos meus ombros,
nem o silêncio em meus lábios,
quero todas as cores juntas,
quero o confete e o cansaço.