segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Meu aniversário!

Um tempo pede noticias. Eu tenho uma amiga que sempre conta os dias para o seu aniversário, mesmo no dia seguinte a comemoração, ela diz: faltam 365 dias. Não sei se é a saudade, mas este ano sou eu quem conta, de forma inevitável, quase infantil, os dias para o meu aniversário.
Eu gosto de celebrações, isso ninguém pode negar, constumo celebrar até mais um dia que termina, um sapato ou roupa nova, a lua quando está cheia e se ela é nova, o bom dia logo cedo ... pra tudo é celebração. Não digo que não me chateio, ou que não me entristeço.
Bom é fato que meu aniversário tá chegando, o mundo perfeito e controlável dos virginianos já se abriu, e esse ano quero um inferno astral de luz, de alegria, de intensidade - é isso que tenho plantado desde o meu derradeiro aniversário. Não digo que não tenho inimigos, apenas não os coleciono, assim, não sei quem são.
Em breve um terço do mês se completará, e no meio de virgem, entre os mais radicais e os mais flexiveis estou eu, tantas vezes não sou nem radical, nem flexivel, tantas vezes sou apenas eu mesma, só isso, nada mais.
Este ano pela primeira vez não vou importar em deixar de comemorar meu aniversário, no meu dia, dia 10. Este ano meu aniversário vai ser da cor da minha bebida, vai ser colorido, quente, mesmo se for gelado, animando, mesmo se eu chorar. Eu quero apenas a alegria de ver meus amigos. Todos os anos é assim, quero só a alegria de ter os meus por perto, e que isso aproxime as pessoas que eu amo umas das outras. E se elas aprenderem a gostar uma das outras vai ser legal, mas se não gostarem não tem problema, eu amo o mundo assim, diferente, discordante, dissonante...
Eu amo o mundo, e cada e toda pessoa que existe nele. E no sábado (13) o mundo tem um tempo diferente... então vem comigo, trás as pessoas que também te colorem que a gente pinta um arco-iris.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

de que cor é o que a gente vive?

Gosto de dar cor para as sensações, e sinceramente, não me ocupo dos estudos sobre as cores e seus usos terapeuticos, apenas gosto de dar cor ao que sinto. Sempre costumo me fazer a seginte pergunta: de que cor é isso que sinto?

De que cor é a saudade? a alegria? a dor? a surpresa? a vida? nascer do sol? a despedida? o encontro? o suspiro? o prazer? a lembrança da infancia?

De cor eu sou? de quantas cores me pinto todos os dias? com que cores me acham mais bela? com que cores sou mais feliz? com que eu pinto? de que cor eu sou?

e você de que cor você está agora? e quando acorda? e quando se lembra de amigo? e quando se esquece de algo importante? de cor é a sua fecidade? e a sua vida?

Vamos pintando um arco-iris por ai, tantas cores se encontram mundo a fora, e aí a gente pinta a vida da cor que a gente achar mais bonita.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

VIAdulto

Visto de cima: velocidade, a transioriedade é visivel... os desencontros são necessários e os encontros tendem a ser fatais... decisivos. Enquanto isso... do lado de baixo, encontros, esperas, bares... carros procuram pessoas, pessoas procuram carros. João tenta atravessar com rapidez a rua, como tem tentado com sua vida. Mariana olha assustada, Joana duvida do homem que passa, Raimundo espera seu transporte parece estar atrasado... um onibus para, mais atrás alguém grita um destino, os nomes viram poesia pra quem os aguarda. Joana se perde, Luana se acha. Destinos se encontram, partidas provocam outros encontros... o momento tensiona o diálogo. Vidas se misturam, de forma efervecente por segundos, minutos... intantes depois água e óleo no chão nunca se misturam. Crianças se arriscam... e eu também. Chego e saio sempre diferente... mesmo não me estranhando... modifico-me... transformo-me cotidianamente em mim mesma.

Os riscos de se dizer mundo a fora.

Esses dias me perguntaram sobre o sentido e as impicações de se dizer, de se contar ao mundo em sites, de se denunciar de forma tão publica, de prestar prova contra si mesma... como sempre faço e como tenho feito ao longo da minha vida, quando digo o que penso, sem escolher a quem.
E fiquei pensando... penso até agora, por qual motivos criamos poemas, cronicas, histórias, contos, romances, colagens? Tenho escolhido me expor. Será? Acho que devemos procurar nos escutar, nos dizer é uma forma de sistematizar o que se pensa, o que se sinte e o que se é. Escute seu coração ele deve te contar os segredos do invisivel e do indizivel....procure escutar... e evite entender... vai ajudar a clarificar sentidos e sentimentos. A busca pela compreensão racional dificulta o entendimento, os planos do acaso... o inviabilizam de forma definitiva. Hoje penso que não faz sentido... buscar sentido obvio e rápido... para aqueles que se dizem alto e forte... como diria o Drummond...
Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.

Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.

Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem... sem que ele estale.

Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma, não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! Vai inundando tudo...
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos – voltarão?

Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam.)

Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.

Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar,
ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.

Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,
entre o fogo e o amor.

Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
– Ó vida futura! Nós te criaremos.

Eu sou assim...

Sou assim, sempre outra, diferente de mim mesma, sempre diferente de 10 minutos atrás. Sou aquela que está feliz e de repente se chateia, faz cara feia. Aquela que mesmo depois do odio maior, esquece perdoa e até se diverte. Sou assim mutável... inconstante... imprevisivel.
Não acolho bem as ordens, as implicancias, os elogios nem as críticas. Sou uma mulher dificil. Adoro convites!!! Sou aquela que gosta das pessoas de graça, nada em troca. Não me importo em perder... mas gosto de ganhar. Sou uma mulher, uma jovem senhora, uma amada, uma mãe...
Soua amor - devagar e veloz, sereno e intenso.
As palavras jorram quando deviam só silenciar, emudeço quando devia gritar, em geral perdoo ... principalmente questões maiores, as pequenas em geral remoo, rumino e me maltrato.
Sou feliz, sem por que nem senão, assim desse jeito, sem promessas nem acordos, um dia de cada vez. Amo muito, por vezes de mais.
Tenho cor de encantamento quando entre amigos. Meu corpo - uma extensão sempre curta do que sinto, mas onde cabe tudo que vivo. Ando, não me importo em andar, não me importo se é perto ou longe, o belo me aproxima de mim e de minhas memórias.

Ponta de pés!!!

Ponta de pés, silêncio.

A saudade é um silêncio prolongado de quem quer se dizer.

Ela cria, destroi e recria em tempos ligeiros...

monta e remonta uma mesma memória,

milhares de versões pra mesma cena,

pra mesma presença na mesma ausência.

Silêncio...

a pele carrega a maior de todas as memórias,

aquela que não é possivel apagar,

marca profunda, tatuagem,

cheiro que não some, perfume.

A Lua...

A lua clareia o papel

Amarelou um tempo

E iluminou de forma intensa

Muitas possibilidades.

Sou luz e sombra.

Sou sonho e realidade.

Sou mutante e mutável.

Sigo em passos largos

E em ponta de pés.

Tenho medo e vontade.

Encontro-me comigo

No brilho da lua

E na sombra do cajueiro.

Um passo na areia da praia,

Uma onda e

Um novo passo.

Arde meu corpo, lateja minh´alma

No encontro encho-me, estravaso, deleito-me

Plena de tudo que sou.

Sinto a força de dizer-me,

Arde e dói.

Como um relógio que rói.

Ser é uma exigência, é um prazer,

É uma alegria, é um fazer-se,

É uma expressão da complexidade da vida.

A vida pulsa ... vibra

Em meu corpo

Morno, suado

E inundado de presente.