terça-feira, 21 de outubro de 2008

Eu sou.
Assim me conjulgo.
Sou luz, sou sombra.
Sou pintada em tons pasteis e vibrantes.
Sou medo e vontade,
sou desejo e preguiça.
Sou passado e futuro.
Sou eu e sou você.
Sou potência e mais um pouco.
Sou muito e as vezes falta.
Sou
Sou presente!

Sou um tipo de flor,
uma roza com "z",
sou rozinha, sem ser do chico bento,
sou nega, mesmo sendo desbotada!
Sou um menina dos dentinhos separados
e dos olhos puxados.
Assim me chamam,
assim me entendo,
assim eu atendo.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sinuca – metáfora da vida!

Se era cedo ou tarde, ninguém se deu conta, as pessoas estavam no entorno de uma mesa de sinuca. Alguns jogavam, outros só assistiam. Na vida também é assim, uns se jogam nela, levam-na as últimas conseqüências, outros assistem, e para mim pouco importa se estão sentados, em pé ou em camarotes – eles resolveram assistir.
Cada partida, uma possibilidade de seguir seu caminho. Muitos usam artifícios, estratégias ... outros são displicentes. O fato é que as bolas nem sempre vão ao destino desejado, por vezes conduzem desejos inconscientes de ganhar ou de perder. O que significa ganhar ou perder? O que fazemos pelo resultado desejado?
Cada pessoa tem sua missão, e o mais interessante você tem um tempo para isso, que não é preciso, é precisamente um tempo menor que o do seu adversário, colega de partida. Alguns jogadores procuram esconder, dificultar a vida do outro, jogo truncado, disputado, levado a sério. Outros vão num jogo aberto, sem pretensões, coisas de principiantes, leigos, amadores. Acho que amadores é uma boa definição – aqueles que o fazem por amor, independente da técnica e do possível resultado, em geral jogam fadados a perder.
O fato é que entre profissionais ou amadores, uma sinuca, é um espaço verde quase sagrado, se não fosse profano demais. Ela coloca algumas pessoas de pé, sejam eles jogadores ou não. Um lugar onde o erro pode ser o acerto, e onde a melhor jogada pode terminar em derrota. Um tempo que não se conta em minutos mas em partidas, em pontos. Um tempo que não se conta.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sonhos perdidos!!!

Dia de sol, no meio da cidade, na beira do mar ou do rio. Fim de semana é outra história.
Joana percorre caminhos novos, espaços perdidos dentro da cidade. Tanta coisa se esconde na cidade, entre ruas, avenidas, pontes, canais – as lagoas da cidade tem outra cor. De repente um lugar antigo, se traveste de novo, quando visto por alguém que o desconhece. É como abraço esperado, beijo roubado, olhar de encantamento.
Surpresa!!!
Joana se sente feliz nos caminhos que anda, mesmo não planejando, ela sabe que aqueles são os melhores caminhos, com o tempo ela tem aprendido a confiar – ela é a mulher, gosta de se deixar levar. Ao longo de sua vida sempre decidiu o que acontecia, hora, local, programação, mas desta vez ela quer se deixar levar, quer ser conduzida, não quer o controle – quer a beleza do instante, pelo tempo que for.
Ela não quer mais explicações, só quer viver um dia de cada vez, sem pressa nem vexame. O rio faz seu curso, algumas vezes esse curso é construído. Assim também é na vida, às vezes algumas coisas exigem paciência. As histórias se constroem com tempo, com histórias, com beleza. O vento balança os cabelos e intensifica os olhares plenos de sentido, no maior todos os silêncios.
Joana está de frente pro mar, entre ruas e estradas. Fim de estrada? Novo caminho, beira de rio. O rio corre pro mar. Os pescadores possuem suas histórias pra contar: pescarias, a sabedoria dos peixes, o movimento das pessoas, os amores vividos, os filhos criados e os perdidos, o sabor da bebida e sono que ela dá.
Joana se colore a cada dia, se sente mais próxima de si mesma. Por vezes dá pra dizer está mais bela. Ela sente a força da luz dos dias do verão que se iniciam, e nem preocupa-se com as chuvas que retornaram em setembro. Sabe-se capaz de voar dentro de si mesma, para mais perto do que quer e do que sente.
Dia de sol, no meio da cidade, na beira do mar ou do rio. Fim de semana é outra história.