terça-feira, 25 de julho de 2017

Cria(r)

Somos luz
Cores, tons e sons
Criadores e Criaturas
Desvelando e revelando
Todo novo dia.

Abro a porta
Fecho os olhos
Vou!!!
Lanço de novo.
Despeço-me
E que crio novamente.
Vou seguindo
Passos largos
E de mancinho.

Nos meus sonhos
Sementes
Vou de novo
Não me canso

As mãos trabalham
Os braços acolhem
O peito estala!!!

Crio o mundo
E a mim.

A noite

Na escuridão, na claridade.
Bate como sombra e luz
Ela sobra e falta.

Agita e tranquiliza...
Como noctívago ser que sou
Sob um céu estrelado
Embriago-me em teu seio
Em teu vale escarpado...

A música sempre fundo
Da figura que somos
Que salta em relevo
Como verdade
E possíbilidades.

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Desejo

Indômito desejo
Que me abrasa agora
Como que tomasse
O que já não sei de mim.

Forjaste-me no prazer
Como numa noite outrora
Sempre como se não soubesse
No mesmo tom
Na mesma medida
Desmedida.

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sexta-feira, 21 de julho de 2017

A música

Ela me chama
Para dançar
Soltar o rosto
E balançar.
Eu digo que vou.
Meus ombros pesam
Carregam tantas coisas
Lutas  e batalhas internas
Barricadas e frontes diários.
Eu gosto do enfrentamento.

Ela me chama
Para navegar.
Fechar o olhos
E viajar.
Eu digo que vou.
Meus punhos armados
Se aquietam no seu abraço.
Pulso, palpite todo tempo.

Ela me chama
Para andar.
Romper o medo
E novos caminhos trilhar.
Eu digo que vou.
Abro caminhos mundo a fora.
Entro, saio, vou e retorno
Nas fronteiras limítrofes
Do que quero e sou.
Eu gosto da beira do precipício.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Encantamento

No caminho
Me perco e me acho
Chamados, ao largo!!!
Procuro lugares antigos,
Na novidade que sou.
Balanço nas ondas do mar
Nas reentranças
Suas cores bailam
Em ponta de pés
No meu pensando
Desorganiza a sensatez.
Meu corpo também ondula
Olhos absortos
Entoando serena
Um canto de alegria.
Um banho de sonho e liberdade.
Depois,
Silêncio, plenitude
Memória.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Revelação

Por hoje,
Posso dizer que não sei
Não sei devia ter ido
Ou se devia ficar.
Não sei o motivo de querer
Tanto até não querer.
Senti o gosto azedo e amargo
De não dizer
O que me alegra
O que me revela
O que me nutre
O que me inunda.

Gosto do cheiro dele
Dele em mim
Antes, entre e depois
Ainda tremo e suspiro.
Quero os beijos e cheiros
Não quero medo nem dor
Nem para mim, nem pra ele.
Quero gozo e alegria
Doce, intenso e sereno
E forte, veloz,
Com beijos e cheiros
Silêncio e palavras
Corpo, movimento
Água, suor, e contato.

A mão dele passeia sobre mim
Minha alegria não cabe no sorriso
E ele lê o que sou.
Claro e limpo
Não é preciso nenhuma palavra
Ele sabe de mim
Tudo que não quero esconder dele.

sábado, 1 de julho de 2017

Mudança

A mim parece com tempo de mudança... sabe aqueles dias que tem cheiro de relevação, som de novidade, cor de possibilidade. Tenho olhado pra tudo desse tempo presente como quem ver uma foto amarelada, "cheirando a guardado de tanto esperar".
Tenho procurando a arte, o arcoiris, a musica que sou eu, tenho achado, eu sei, mas tenho procurado coisas que não posso nomear, desconhecidas, recolhidas, resguardadas, silenciadas. Rozane Alencar,07/04/14.

Tecitura

Gosto dessa tecitura,
De mudar as coisas de lugar
De me mexer
Junto as imagens
No intuito último
De me recordar
De quantas formas
Posso me dizer
Me (re)criar.

Colagem, Rozane Alencar, semeadura.

Caixas de Sapatos



Minha praça do povo
E de minha infância
Guardada nas caixas de sapatos
Do meu peito.

Enquanto contava carros
Contadores de viola
Faziam outras pregações
Em mim.

No brilho dos sapatos
Palavras e conselhos
Jogados ao vento.

Cheiros, cores e imagens
Transmitam tantas fomes
Nem lembro de quantas.

Quando por lá passo
Também minhas dores
Passam

Memórias dançam
Ainda sou menino
No meu tempo.
Mas hoje vejo o invisível
Ele me salta aos olhos.

Tudo dança
Todas as formas de viver
Atravessar, corroborar, romper
A lógica comercial deste nosso tempo.

Cores dissonantes
Dividem espaços e
Minhas sensações.

Teatro, metrô
Sexo e encontro
Amor e comércio
Corpos sutis
Vidas plenas e vazias.

Na grade feira do meu peito
Que nunca morre
Nem sucumbe.

Se fosse convite

Da primeira vez
Disse meu nome
Hoje, não digo mais.
Ela já sabe.
Explico pontos de vista
Análises de conjuntura
Falei das guerras e dos inimigos
Ela não fugiu, até se aproximou.
Ainda não entendi.
Ela aparece em tempos nebulosos
Concentração, sorriso e beleza.
Chamei os que me protegem.
Para protegê-la Também.
Saí abrindo caminhos
Para ela vir ver
O mar de onde vejo.
Dança comigo ao amanhecer
Durante o dia a esquecer
As dores, as lutas e as teimas.
Ela nas minhas terras
Entre técnica e amenidades.
Eu quero que ela venha.
Sozinha ...
Com pessoas ao redor,
No caminhos, no interior
Na esperança
que a beleza de materialize.
Em presença e silêncio.
Não entendo
Nem conheço,
Não fujo mais.
Passada essa memória,
Me ocupo da dança,
Do arco-íris que julgo ver,
Quero entrar no mangue
Sem medo de afundar,
Com obstinada vontade
De navegar
Mergulhar em tempo de guerra
E de paz, de dança e de luta.
Eu sei que ela vem.
Quando ela vem comigo?
30/05/17, 10:26 PM - Rozane Alencar: Bem, é um ensai

Trabalho e amor

Ela foi lá
Foi fazer o que tinha de ser
Sem pressa e com zelo.
Ela guardou as palavras
Olhou para o mar
E banhou-se da tão conhecida
Diplomacia
Bebeu toda esperança
Possível.
Inundou-se de alegria e ímpeto.
Apazigua o coração
Olha para o feio com paciência.
Se esmera em aclarar o desnecessário
Silencia sensações, respira.

É preciso mais verdade
Hoje ela tem
Tem muito mais trabalho e amor
Novas formas de cuidar da vida
E das pessoas.
É preciso de mais ação,
Que convicção.
E preciso fazer o novo acontecer.

É preciso descobrir
As mãos postas
E torná-las

Sobre a saudades



Ela dança, pula e pinota
Entre lembranças e possibilidades
Divaga entre palavras e silêncio
Brinca com Cronos...
Não pede licença, inunda,
Desce nos confins de uma luz
Que não conseguimos ver,
Mas que sabemos dá existência.

Ela não pede presença
Ela se preenche no pulsar
Ela diz de si mesma,
Clara e viva..

Quilômetros

Ele nem sempre esteve ali
Surgiu como Lua
Ilumina e Clareia quando está,
Mas não entristece
Quando some, ou se esconde.

Ele chegou em meio de caminho,
Quilômetros de distância.
Na gentileza do cotidiano,
Entre dívidas e promessas
Descompassos
Um tempo sem tempo.

Convites, promessas, dúvidas...
Um pouco mais de tempo,
Ela mudou, mudou o olhar,
Mudou de casa, de lugar.
Lançou-se um pouco mais
Em letras doces das folhas de papel.

Uma casa
Precisa ser conhecida muitas vezes
Para melhor ser entendida
Descobrir no meio do visível
Incontáveis surpresas – magia.

O encontro,
Não aquele que se marca
Mas aquele que se sabe
presente numa memória
Ainda não vivida.

Ele não a conhece
Nem ela a ele
Tudo é novo e antigo,
Num leve balanço
De lapsos de memória.

Ele foi lá ver onde ela está,
Ela foi encontra-lo por aí,
Não precisa ser sexta ou terça,
Não precisa ser acolá ou aqui.

Na passada do encontro,
Não importam os portos
Mas a intensidade
Das trilhas do caminhar
Em cada instante
Numa dança infinita
De desencontros e
Reencontros.

Rozane Alencar - 05/05/2017

As cores.

Que cor tem a paixão? Qual sua música? Qual seu tempo? Qual sua paisagem? Qual é sua estação? Qual é o seu lugar? Onde ela mora? Quanta insistência ela merece?
Uma vez me fiz essas perguntas, e tantas pessoas já devem também ter se perguntado. E cada um de nós tem suas respostas.
A paixão tem cor de alegria, de sorriso aberto, de corpo inteiro, de cheiro de mato, de brisa de mar, de banho de chuva, de vinho barato, de mergulho na lagoa, de abraço apertado, de braços abertos, de dançar com os pés descalços, de por do sol, de alvorecer, de lua cheia, de cerveja de manhã, de futebol no domingo, de chuva no verão, de nevoeiro na serra, de claridade no mangue, de peixe frito.
Tantas cores, tantos lugares existem no mundo, “o mundo é grande” como diria o Drummond. Tantos sons e tantas músicas nutrem as memórias.

Entre ostras e pastéis

.

Desde o início,
Ele era alento,
Aquele que cuida do percapusos que havia do caminho.
Ele resolvia os problemas dele
E eu podia ser feliz, no meio do povo.
Um amigo doce, e sem preço.
Sempre foi cuidado e alento.
Eu sempre gostei dele
Em busca dos melhores pastéis do mundo.
Ele acho um beijo num espaço que não existia
Ainda hoje me pergunto.
Como chegou? Não sei.
Só sei que me chama de amor,                   
eu também o chamo assim
Agora todas as palavras sobram e faltam.
Eu gosto da companhia.
Sinto o cheiro dele quando acordo.
Ele ver o mar pelos meus olhos.
Quando estamos juntos
Inauguramos uma outra dimensão espaço-tempo
E nem as despedidas
São capazes de esvaziar de sentido
Cada centelha vivida.
Por hoje, não quero adiantar nem atrasar o tempo.
Estou feliz comigo,
Ele está comigo.